Certificação de produtos orgânicos
Agências e instituições internacionais
Mercados dos produtos
orgânicos
Países produtores e
consumidores
Princípios ambientais e sociais da agricultura orgânica
Produtividade e
manutenção dos mercados
Introdução
No início da nossa pesquisa de agricultura orgânica Produtividade e manutenção
dos mercados A garantia de vida das
espécies é a sua produtividade, e a agricultura orgânica fá-lo. Para garantir
este processo é necessária uma manutenção de modo a não criar desequilíbrio.
Essa manutenção pode ser feita de diversas formas, uma das quais é a garantia
da fertilidade do solo, que passa pelos métodos de reciclagem deste, e só
assim prover, um bom desenvolvimento das plantas que atribuem valor à
agricultura e garantem o fluxo dos produtos no mercado.
Certificação de produtos orgânicos
Agências e instituições internacionais
A certificação consiste num conjunto de regras e de procedimentos
adoptados por uma entidade certificadora auditora, que assegura por escrito que
determinado produto, processo ou serviço obedece as normas e às práticas da
produção orgânica.
Internacionalmente, um dos órgãos que credencia as certificadoras é a International Federation of Organic Agriculture Movements (IFOAM), Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica,
que é uma federação que congrega os diversos movimentos relacionados com a
agricultura orgânica.
A Farm Verified Organic (FVO), que actua na certificação de produtos orgânicos desde 1980, foi
a primeira empresa nos EUA a receber o credenciamento junto a IFOAM. A FVO,
actualmente, tem actividade em 11 países, de quatro continentes - Europa,
América, Ásia e África.
O conceito de avaliação da conformidade incorporou a
participação na sua verificação; na prática, materializou-se nos sistemas de
«certificação participativa» praticados na América Latina e Caribe, e que, no
mundo, são também conhecidos como Sistemas Participativos de Garantia, por
sugestão da IFOAM e do MAELA - Movimento Ago ecológico da América Latina e
Caribe.
Mercados
dos produtos orgânicos
Segundo estudo produzido pelo The
Future Laboratory
em parceria com a vamtagem, agência produtora de uma Insights, o mercado de
alimentos orgânicos deve movimentar US$ 104,5 biliões, em 2015, e o de
funcionais, responsáveis por alterar a percepção que os consumidores têm dos
alimentos geneticamente modificados, deve facturar, em 2014, US$ 29,8 bilhões.
Os consumidores de mercados emergentes,
como os que integram o BRIC (Brasil, Rússia, índia e China) e os MAVINS
(México, Austrália, Vietname, Indonésia, Nigéria e África do Sul), têm alterado
padrões de consumo mundiais de alimentos. Países, como índia e China,
tornaram-se mais ocidentalizados e passaram a consumir mais carne.
Para uma melhor qualidade de vida, as
pessoas buscam cada vez mais alimentos saudáveis para comporem sua alimentação.
Seguindo este novo modo de vida, surge um mercado para os produtos orgânicos em
ascensão mundial. Este mercado, que primeiramente, se originou na Europa,
disseminou-se rapidamente para o resto do mundo.
A agricultura orgânica tem-se
desenvolvido rapidamente no mundo, nos últimos anos, e é hoje praticada em 138
países.
Os países com maiores áreas de produção
orgânicas são, respectivamente, Austrália, com 12,29 milhões de hectares,
China, com 2,3 milhões de hectares e Argentina, com 2,22 milhões de hectares.
O país europeu com maior área orgânica
é a Itália. Na maioria dos países europeus, particularmente na União Européia,
as propriedades orgânicas são apoiadas pela legislação e pagamentos directos.
Na América Latina, a área total
certificada é de quase 5 milhões de hectares, a que se adicionam mais 6 milhões
de hectares certificados como floresta e áreas de extrativismo. Quase todos os
países da América Latina têm sectores orgânicos, com diversos níveis de
desenvolvimento. Os países com maior proporção de áreas orgânicas são o
Uruguai, a Costa Rica e a Argentina. A maior parte dos 2,8 milhões de hectares
orgânicos da Argentina é de pastos extensivos.
Em África os produtos oriundos da
agricultura sob maneio orgânico são raramente certificados, e nalguns países
este mercado não é possível. Mesmo assim, as propriedades têm aumentado, especialmente nos países do sudeste,
como a Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Moçambique.
Países
produtores e consumidores
A
agricultura orgânica evita o uso de adubos químicos, pesticidas e organismos
geneticamente modificados, e reduz a níveis mínimos a poluição do ar, do solo e
da água. É nesta base que muitos países aderem a esse tipo de agricultura, que
visa reduzir os impactos negativos ao meio ambiente, garantindo uma
produtividade isenta de interferência de agrotóxicos.
A agricultura orgânica é praticada com
fins comerciais em 120 países, nos quais ocupa cerca de 31 milhões de hectares,
segundo um relatório publicado pela FAO.
Este tipo de agricultura não é somente
um fenômeno dos países desenvolvidos. Algumas projecções sugerem que a
agricultura orgânica «tem o potencial» de cobrir a demanda mundial de
alimentos, assim como a do tipo tradicional faz hoje, mas com «um impacto menor
sobre o meio ambiente».
A FAO dedica-se à agricultura orgânica,
e apresenta um relatório sobre seu papel na segurança alimentar, no qual se
identificam as vantagens e os inconvenientes destas plantações.
O traço principal da agricultura
orgânica é que se baseia em recursos produtivos, presentes ao nível local não
dependendo de combustíveis fósseis. Além disso, por trabalhar com processos
naturais aumenta a rentabilidade e a resistência dos ecossistemas agrícolas às
condições meteorológicas adversas.
Tendo em conta a biodiversidade no
tempo, a rotação de culturas, a área de cultivo e culturas mistas, os
agricultores orgânicos usam o seu trabalho e os serviços ambientais para
aumentar a produção de uma forma sustentável. No entanto, para que um camponês
passe a praticar a agricultura orgânica, são necessários conhecimentos agro
ecológicos e disponibilidade de mão-de-obra, o que pode ser uma dificuldade em
países onde a população foi dizimada pela SIDA (HIV).
A FAO pede aos Governos que dediquem
recursos à agricultura orgânica e a incluam nas suas estratégias nacionais de
desenvolvimento e redução da pobreza.
As plantações orgânicas produzem o
mesmo rendimento em grãos, em lavouras de milho e soja, em relação às
plantações convencionais, mas utilizam 30 por cento menos energia, menos água e
nenhum pesticida. Esta é a conclusão de um estudo que durou 22 anos, conduzido
pelo professor David Pimentel, da Universidade de Cornell, Estados Unidos.
As lavouras orgânicas oferecem
vantagens reais. O estudo compara a plantação orgânica, com a plantação
convencional de lavouras de soja e milho, em termos de custos e benefícios
ambientais, energéticos e econômicos.
O cultivo orgânico desses grãos reduz,
em média, de 30 por cento da energia fóssil utilizada, mas também conserva mais
água no solo, induz menos erosão, mantém a qualidade do solo e conserva mais
recursos biológicos do que a agricultura convencional.
A agricultura orgânica apresenta
maiores rendimentos, pois a erosão do vento e da água que podia degradar o solo
é controlada pelos mecanismos adoptados para o processo, e há uma melhoria
contínua em termos de matéria orgânica, humidade, actividade microbiana e
outros indicadores de qualidade do solo.
Princípios ambientais e sociais
da agricultura orgânica
A agricultura orgânica obedece a certos
princípios básicos ambientais e sociais que envolvem o novo sistema de
produção. Deve, além de considerar e respeitar os limites estabelecidos pela
Natureza, valorizar o conhecimento prático dos
agricultores, as
suas habilidades e preocupar-se com a participação dos consumidores.
Nesse contexto, é necessário que haja
uma relação adequada entre o produtor e o consumidor. Nas entidades ligadas ao
processo devem dar valor à opinião pública, usando como base a ética, onde o
consumidor é o elemento chave nas conversações.
É preciso considerar que o novo sistema
de produção deve ter espaço para as respostas inovadoras os agricultores, as
circunstâncias e às suas necessidades, uma habilidade que normalmente é
adquirida depois de muitos anos, começando na infância.
A agricultura orgânica cria um sistema
pelo qual agricultores e especialistas agrícolas possam interagir para que não
seja condescendente com os agricultores ou negue a individualidade de seus problemas,
e que ao mesmo tempo mantenha a integridade e a unidade das recomendações que
os especialistas tenham a oferecer.
Qualquer agricultura que se deseje
sustentável, tem que ser constituída por algo maior do que um conjunto de
recomendações técnicas que levem em consideração os limites ecológicos da
produção agrícola. A tecnologia a ser desenvolvida e utilizada, deverá ser a
base da cultura que a pratica, e também participar dessa cultura. Não deverá de
modo algum ir no sentido contrário ao dela.
Produtividade
e manutenção dos mercados
A garantia de vida das espécies é a sua
produtividade, e a agricultura orgânica fá-lo. Para garantir este processo é
necessário uma manutenção de modo a não criar desequilíbrio. Essa manutenção
pode ser feita de diversas formas, uma das quais é a garantia da fertilidade do
solo, que passa pelos métodos de reciclagem deste, e só assim prover, um bom
desenvolvimento das plantas que atribuem valor à agricultura e garantem o fluxo
dos produtos no mercado.
Os consumidores
de
produtos orgânicos devem ser críticos, participantes, e devem estar mais
próximos dos agricultores. Existem preços diferenciados do mercado, auto-restrições
na utilização de insumos químicos nos processos orgânicos de produção mas,
contudo, deve haver um comportamento ético na produção e comercialização; e não
só, deve haver também preocupação com a saúde do agricultor, condições de
trabalho, preservação e regeneração do meio ambiente.
Este sistema de produção que navega
contra a corrente do pensamento oficial e dos interesses das empresas transnacionais
de insumos agrícolas, a sua forma de se relacionar com a natureza (no processo
de produção agrícola) deve ser equilibrado e com uma visão holística do
processo de produção.
Conclusão
Conclui o trabalho de agro-pecuária agricultura orgânica obedece a certos
princípios básicos ambientais e sociais que envolvem o novo sistema de
produção. Deve, além de considerar e respeitar os limites estabelecidos pela
Natureza, valorizar o conhecimento prático dos
agricultores, as
suas habilidades e preocupar-se com a participação dos consumidores.
Título: AP12 • Agro-Pecuária 12º
classe
Autor: Stella Morgadinho
Coordenação: Stella Morgadinho
Editor: Texto
Editores, Lda. – Moçambique
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